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Lubrificantes para caminhões: como escolher, cuidados e dicas para prevenir danos

Por Graziela Potenza em 30/01/2024 às 10:30
Lubrificantes para caminhões: como escolher, cuidados e dicas para prevenir danos

Saiba como cuidar da parte de lubrificação dos caminhões para aumentara vida útil do motor e melhorar o desempenho

Como todos sabem, a manutenção de caminhões é complexa. Isso porque, diferentemente de um carro de passeio, um veículo de carga possui muitos componentes além da mecânica que exigem mais conhecimento e atenção para evitar problemas futuros.

É de conhecimento de todos que aqueles que passam a vida na estrada não podem se dar ao luxo de ter seu caminhão ou frota parados sem possibilidade de uso, por isso é importante ter alguns cuidados na manutenção preventiva destes caminhões.

Um desses cuidados básicos envolve o motor, que é o principal elemento funcional do veículo. Como qualquer máquina, um motor precisa que todas as suas partes funcionem em sincronia para que nada dê errado. É por isso que o motor do caminhão, precisa de uma manutenção adequada. Escolher o lubrificante certo, com os níveis de desempenho ideias para cada tipo de motor, é fundamental para prolongar a vida útil do seu caminhão, que além de prevenir danos também pode melhorar o desempenho do veículo.

Segundo Yan Santos, especialista em Estratégia de Categorias da Vibra, é de extrema importância que se utilize o lubrificante correto que atenda as recomendações do manual do equipamento. A durabilidade do motor está relacionada com o nível de deterioração de suas peças, com isso, a indicação de um óleo de motor deve ser feita respeitando as recomendações do manual do equipamento, levando em conta os seus níveis de desempenho e também a viscosidade correta.

“A escolha errada de um óleo leva a um menor desempenho no motor, consequentemente, trazendo problemas como desgastes nas partes móveis, formação de depósitos e borras, aumento de consumo de combustível, aumento de temperatura, e em casos extremos, a quebra do motor.”

Mosart Campello, consultor Técnico de Lubrificantes da Raízen, salienta que a troca do lubrificante deve ser feita regularmente para aumentar a vida útil dos motores e das transmissões, seguindo o manual de cada fabricante. Nele, as montadoras esclarecem as informações técnicas, como classificação API, ACEA, viscosidade (SAE) e especificações próprias de cada veículo. É necessário, sobretudo, aplicar óleo de boa qualidade no motor do caminhão. Com isso, o consumidor garante melhor conservação para a máquina, impedindo o acúmulo de resíduos que ocasionam a abrasão e oxidação dos componentes internos e promovendo a limpeza do motor, entre outros benefícios.

Mosart Campello também reforça que “a escolha errada do lubrificante pode trazer problemas sérios para o caminhão, como, por exemplo, superaquecimento do motor, além de prejudicar outros componentes. É importante trocar periodicamente o óleo do motor seguindo as orientações da montadora. É essencial seguir, também, as especificações quanto ao tipo de óleo e à viscosidade do produto a ser utilizado. Mesmo sendo um insumo capaz de aumentar a vida útil dos caminhões e diminuir o número de paradas na estrada, com o passar do tempo, o óleo vai perdendo algumas de suas propriedades protetivas. A escolha do lubrificante adequado é fundamental para prolongar a vida útil de um caminhão.”

Motor Euro 6 

Yan Santos, especialista em estratégia de categorias da Vibra, explica que o sistema Euro 6 é um conjunto de normas regulamentadoras sobre emissão de poluentes para motores diesel. Em comparação com o sistema Euro 5, o Euro 6 prevê uma redução ainda maior no nível de emissão de poluentes. O sistema Euro 6 utiliza as mesmas tecnologias que foram desenvolvidas para atender ao sistema Euro 5: a Redução Catalítica Seletiva (SCR) e a Recirculação de Gases da Exaustão (EGR), entretanto, a diferença é que a nova regulamentação exige o uso das duas tecnologias ao mesmo tempo e a introdução da tecnologia de Diesel Particulate Filter (DPF).

Mosart Campello, consultor técnico de Lubrificantes da Raízen, esclarece que para alcançar uma longa vida útil, mantendo emissões baixas e um consumo reduzido de combustível e óleo, é necessário usar lubrificantes com um grau superior aos normalmente utilizados em gerações anteriores de motores. “Quem dirige um Volvo FH 540, por exemplo, encontrará orientações bem detalhadas sobre qual lubrificante usar. Segundo a fabricante, nos motores Euro 6 devem ser utilizados apenas lubrificantes VDS-4.5 (VDS = Volvo Drain System). O Shell Rimula R6 LME Plus 5W-30, adequado para veículos Euro 4, 5 e 6, utiliza uma tecnologia de aditivos “Low-SAPS” e um sistema antidesgaste único. Ao oferecer maior economia de combustível sem comprometer a proteção do motor bem como a sua durabilidade, pode poupar dinheiro no consumo do combustível. Cumprindo exigências maiores de redução dos poluentes e melhora nas avaliações, há benefícios para o desempenho dos veículos e redução de impactos no meio ambiente”, explica.

Cuidados

Segundo Fernanda Ribeiro, gerente de Produto da Texaco, “temos verificado o crescimento da demanda dos caminhões extrapesados em virtude do aumento de negócios no agronegócio nacional. Desta forma, temos atenção especial para este segmento. É importante destacar que os veículos saem das montadoras com o manual do proprietário. Nele existem diversas indicações para a melhor forma de garantir a correta lubrificação do caminhão.

“Hoje, todos os motores de caminhões requerem o uso de óleos lubrificantes multiviscosos. Estes óleos multiviscosos protegem melhor o motor na partida e também quando os mesmos estão aquecidos, gerando menor formação de depósitos e diminuindo o consumo de combustível”, diz Fernanda Ribeiro.

A executiva da Texaco continua: “a maioria dos fabricantes de caminhões no Brasil recomenda o uso de óleos multiviscosos SAE 15W-40. Mas outros requerem o uso de óleos SAE 10W-40, SAE 10W-40 ou SAE 5W-30, principalmente nos modelos mais recentes Euro 6. Junto à especificação de viscosidade, temos o grau de desempenho API (American Petroleum Institute), ACEA ou a norma da montadora que está relacionado com a capacidade de prover melhor limpeza interna, resistência ao desgaste, proteção contra a corrosão e outros parâmetros que são obtidos através da introdução de aditivos na formulação do óleo”.

Escolha errada

Renata Vitiello, coordenadora de Marketing da marca de Lubrificantes Mobil, salienta que basicamente o óleo lubrificante protege o motor de danos causados pelo atrito entre as peças. Com a escolha errada, o atrito excessivo faz com que partículas de metal se soltem das peças do motor, causando o acúmulo de impurezas e uma possível oxidação no óleo. Essas impurezas podem ocasionar problemas, como formação de borra e entupimento. Por sua vez, isso pode acarretar o superaquecimento no motor, ou mesmo fazer com que ele precise de mais “esforço” para fazer seu trabalho, consumindo mais combustível.

“Existem óleos específicos e recomendados para diferentes componentes — como motor, caixa de câmbio e transmissão para os caminhões. Dentre essas aplicações, é importante estar atento às recomendações presentes no manual do veículo com várias finalidades e especificações diferentes.”

Fernanda Ribeiro, gerente de Produto da Texaco acrescenta: “diferentemente do combustível, que dá logo sinal de que algo está errado, o óleo errado funciona como uma bomba relógio, que causará prejuízo lá na frente. Agora, quando o assunto é óleo certo é muito importante mencionar o nível de desempenho dele, e não somente a viscosidade. Esses níveis são medidos por testes de laboratório, de motores e de campo realizados pelos fabricantes e padronizados por entidades específicas como API, nos Estados Unidos; ACEA, na Europa; e JASO, no Japão. Também os chineses estão desenvolvendo seus próprios padrões.”

Viscosidade

De acordo com Luiz Silos, diretor de Tecnologia da Petronas Lubrificantes Brasil, a viscosidade é a resistência que o fluido tem ao escoamento e podemos afirmar que é a característica mais importante do lubrificante, pois através de diversos cálculos em testes de campo e dinamômetros realizados, em conjunto com as engenharias das montadoras, estabelecemos as faixas ideais para proteção contra desgaste, troca térmica, eficiência energética, proporcionando maiores performance e durabilidade para os caminhões em diversas condições de uso.

Intervalos de troca

O intervalo necessário varia de acordo com o fabricante, o modelo e o tipo de lubrificante, embora o mais comum seja fazer a reposição a cada 25 ou 30 mil quilômetros, ou 250 horas para os equipamentos móveis. A primeira regra para troca é consultar o manual de proprietário. As montadoras possuem verdadeiros centros de pesquisas com profissionais de diferentes áreas do conhecimento, que passam anos desenvolvendo e aprimorando cada tecnologia, analisando cada tipo de óleo lubrificante e suas características, como viscosidade e classificação de desempenho. Porém, hoje existem tecnologia de lubrificantes que permitem a extensão do período de troca, podendo alcançar quilometragens de 50 até 90 mil quilômetros e 500 a 600 horas em uso.

Luiz Silos, diretor de Tecnologia da Petronas Lubrificantes Brasil, explica:

“o intervalo de troca do lubrificante de motor depende de diversos fatores, que são calculados e estabelecidos pelas engenharias de cada fabricante do caminhão. Além das engenharias estipularem os intervalos de troca do lubrificante, orientam a troca de acordo com o tipo de severidade que foi utilizado o caminhão (Ex.: cidade, cidade/rodoviário e/ou rodoviário apenas).

Ele finaliza: “assim, sempre sugerimos a seguir o que é recomendado nos manuais de manutenção. Hoje, é comum alguns fabricantes desenvolverem caminhões com dispositivos que podem determinar e avisar no computador de bordo a hora da troca do lubrificante. Isso é possível por causa da captação de variáveis como consumo de combustível, intervalos de potência baixa e alta, carga e dentre outros fatores determinantes para vida útil do lubrificante”.

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Foto: Divulgação

 

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