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FATO ou FAKE? Tudo o que você precisa saber sobre lubrificantes para o seu caminhão

Por Graziela Potenza em 26/02/2022 às 13:02
FATO ou FAKE? Tudo o que você precisa saber sobre lubrificantes para o seu caminhão

Essa matéria tem como objetivo apresentar uma reflexão sobre as notícias falsas a respeito dos lubrificantes. Por isso, consultamos importantes fabricantes desse segmento para respondê-las.
 

  • Um caminhão antigo também pode usar um óleo de última geração?

Marcelo Capanema, diretor Técnico da Petronas, responde que sim, ele pode! Primeiramente temos que fazer um “Flushing”, que é o procedimento de limpeza da tecnologia antiga de lubrificante, utilizando um produto de melhor tecnologia (melhor detergência e disperssância),
no motor com a tecnologia mais moderna, para limpar as galerias com a tecnologia antiga, depois disto o componente estará apto a utilizar a tecnologia atual. As tecnologias de lubrificantes evoluíram para atender as necessidades mais recentes e também, atender as demandas mais exigentes de hoje em dia. Mas isso não significa que eles não atendam motores e veículos mais antigos. É importante reforçar que as especificações de viscosidade na temperatura de trabalho e API mínimos devem seguir o que o manual do usuário pede.
 

  • A viscosidade do óleo não interfere no desempenho do motor?

Mosart Campello, assessor Técnico de Lubrificantes da Shell Brasil, responde que é fake. A viscosidade é uma das propriedades mais importantes da perspectiva de proteção que o lubrificante confere ao motor. Uma viscosidade muito alta, monograde ou com baixa estabilidade ao cisalhamento, vai causar desgaste prematuro e pode gerar falhas mecânicas, além de prejudicar a troca térmica do motor. Adicionalmente, vale destacar que a eficiência energética é um tema bastante presente atualmente e o movimento para Euro 6/Proconve P-8, aumenta muito a demanda por economia de combustível, o que, da perspectiva do lubrificante, em motores pesados está intimamente relacionado aos graus de viscosidade mais baixos (10W30 e 5W30). 

  • Posso aumentar o período de troca quando uso óleos sintéticos? 

Haydeu Queiroz, gerente Técnico da Castrol, responde que não, a recomendação da Castrol é seguir o manual do proprietário e respeitar o tempo de troca do óleo prescrito ali. O lubrificante sintético oferece mais vantagens em relação ao de base mineral, em termos de proteção e performance do motor.
No entanto, quanto ao período de troca da carga do lubrificante em uso, as montadoras levam em consideração diversos aspectos. Entre eles, à formação de resíduos de carbono, fuligem etc, que demandam a troca da carga em um período definido.
A recomendação é seguir esta indicação prescrita por cada montadora. Com isto, o desempenho superior de um lubrificante sintético trará benefícios mais relevantes, como um melhor aproveitamento da potência do motor, desempenho e maior vida útil.
A extensão do período de troca só é possível mediante um rigoroso processo de monitoramento e análises, com bases e critérios alinhados com cada montadora. 

  • Posso misturar óleo sintético com semissintético?

Haydeu Queiroz, gerente Técnico da Castrol, responde que os lubrificantes possuem formulações específicas para promover uma eficaz performance na proteção e funcionamento de cada tipo, projeto e desenho de motor. Por isso, não é recomendada a mistura de lubrificantes de marcas ou naturezas diferentes, pois misturas de diferentes tecnologias podem não garantir o desempenho esperado da carga do lubrificante. Isto pode ser feito apenas em caso de extrema necessidade, devendo a toda a carga ser trocada assim que possível, informa Haydeu Queiroz, gerente Técnico da Castrol.

  • Todos os óleos lubrificantes são iguais e podem ser utilizados em qualquer tipo de motor de caminhão?

Delton Stabelini, consultor Técnico da ICONIC, explica que existem diferenças entre os tipos de óleos lubrificantes. Dessa forma, também existem produtos específicos para cada tipo de motor. Entre as diversas características a serem consideradas no momento da escolha do óleo lubrificante, uma das principais é a viscosidade do produto. O especialista explica que ela representa a espessura da película que o óleo apresenta sob determinada temperatura. Nesse sentido os mais viscosos são mais grossos, enquanto os menos viscosos são mais finos e fluidos. " O produto tem que ser viscoso o suficiente para criar uma película protetora entre as partes do motor, mas não pode ser tão grosso a ponto de oferecer muita resistência ao movimento e ocupar as folgas de projeto do motor", detalha Delton.


Os óleos lubrificantes mais viscosos exigem mais força para serem bombeados e fluem mais lentamente pelo motor. Já os menos viscosos circulam com mais facilidade, permitindo uma lubrificação mais rápida alcançando pontos mais distantes do cárter. Essa fluidez faz com que nenhuma peça se desgaste mais do que outra, diminuindo a necessidade de intervenções e trocas de peças.


Outro ponto importante a ser considerado é a categoria de desempenho dos lubrificantes para motores diesel. Desde 2012, com a introdução da nova geração de motores para atender os limites de emissões estabelecidos pelo Proconve P7 (Programa de Controle de Emissões Veiculares) - também conhecidos como motores Euro V - foram estabelecidas duas rotas tecnológicas para o enquadramento a legislação de emissões de poluentes. As rotas selecionadas foram o EGR (Recuperação dos Gases de Exaustão) e SCR (Redutor Catalítico Seletivo). A partir desse momento, cada fabricante de motor em função de sua tecnologia e projeto define os requerimentos mínimos para um ótimo desempenho, tanto na proteção e durabilidade como no período de troca de óleo que é sempre defino também pelo fabricante do motor.
A recomendação mais importante é sempre considerar as especificações da montadora fabricante do caminhão. Cada veículo fabricado é testado diversas vezes até que se encontre o óleo lubrificante com o melhor desempenho e custo-benefício para o melhor rendimento do respectivo motor. Logo, escolher o óleo recomendado é a melhor maneira de extrair todo o potencial do motor do caminhão”, lembra o consultor técnico da ICONIC.

  • Escuto dizer que óleo bom é aquele que não baixa o nível e não precisa de reposição. Isto é verdade?

Fernanda Ribeiro, coordenadora de Gestão de Produtos da Ipiranga Lubrificantes responde que não. É normal o óleo baixar um pouco o nível durante o uso. Assim, enquanto não chega a hora de trocar o óleo, devemos ir completando o nível. Não é preciso completar o nível do lubrificante sempre com a mesma marca, porém a melhor alternativa ainda é evitar estas misturas para permitir o melhor desempenho do óleo utilizado. A princípio, os óleos automotivos existentes no mercado são compatíveis entre si, não apresentando problemas quanto as misturas, desde que se tome cuidado de misturar produtos de mesmo nível de desempenho API e de mesma faixa de viscosidade SAE.
Para se certificar que a troca de óleo foi realizada, a dica é verificar a coloração do óleo presente no cárter. O lubrificante deve estar com a coloração mel âmbar. Essa é a cor do material quando é novo.


É fundamental sempre ficar de olho no nível de óleo. Quando em excesso pode contribuir para o aumento do consumo, além da possibilidade de provocar vazamentos e danificar peças importante do veículo, como o caso do catalisador. Enquanto que a sua escassez compromete as ações de lubrificação e refrigeração do óleo, podendo provocar diversos danos ao motor.


Outro importante tópico é que devemos verificar o nível do óleo com o carro frio. O lubrificante é responsável por lubrificar todas as partes do motor, das mais baixas, as mais altas. Sendo assim, é importante que se espere, pelo menos, cinco minutos após o motor ter sido desligado para se medir o nível do óleo, tempo que o líquido desce das partes mais altas superiores do motor para o cárter, dando, assim a medida real do volume de óleo.

  • É verdade que o motor deve estar quente  na hora de troca de óleo?

Bruna Torres, analista de Marketing Moove, responde que normalmente, quando o motor está ligado, você precisa parar o caminhão, desligar o motor e aguardar cerca de 15 minutos para que seja possível medir e/ou trocar o óleo do cárter. Isso para garantir que o óleo volte em sua totalidade para o cárter.


E quando o motor está parado há algum tempo (motor frio), você também pode realizar essas etapas pois a quantidade de óleo estará completa no cárter.
Portanto, recomenda-se que tanto a troca quanto a medição do óleo seja feita com motor à frio. Existe também um outro problema relacionado às operações com o motor quente: o risco ao caminhoneiro de se acidentar pois ele teria que manipular todo o equipamento de medição próxima ao motor em alta temperatura.
Última dica! É importante que a medição seja feita em um local plano!

  • É verdade que o óleo de motor deve ser claro e o óleo de engrenagem escuro?

Tarcisio Azevedo, analista de Produtos Lubrax, responde que a afirmação não é correta. Os óleos lubrificantes são formulados misturando-se básicos e aditivos, e a sua cor final dependerá da cor do básico e do aditivo usados na sua composição. Também podemos afirmar que a cor não tem nenhuma influência no desempenho do óleo.

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