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Como é a vida de um caminhoneiro no Japão?

Por André de Angelo em 22/05/2021 às 10:04
Como é a vida de um caminhoneiro no Japão?

Continuando a história de Cristian Sato, dono do canal Rodando pelo Japão, vamos tentar entender um pouco mais sobre sua vida nas estradas japonesas

Enquanto vivemos, costumamos ter muitas motivações para trabalhar, estudar e buscar uma vida melhor. Se pudéssemos escolher o nível de estabilidade que gostaríamos de proporcionar a nossa família, não que seja uma regra, mas é fato que a maioria optaria por mais conforto.

É pensando nisso que muitas pessoas vão atrás de suas carreiras em outras cidades, estados e até países ao redor do mundo.

Recentemente, contamos um pouco sobre Cristian, um caminhoneiro de 45 anos que mora no Japão desde os 18 anos e é dono de um canal muito interessante.

O Rodando pelo Japão abriu espaço para que pudéssemos tirar algumas dúvidas, e Cristian nos ajudou bastante com algumas questões.

Assim que completou 18 anos, o caminhoneiro se mudou para o Japão atrás de uma vida estável e com maiores possibilidades de ganhos. Naquela época ele ainda não trabalhava com isso, mas após um tempo e passando por outras profissões, Cristian se tornou caminhoneiro.

Como dissemos na última matéria, agora, 26 anos depois de se mudar, o brasileiro que construiu toda a sua vida por lá, constituiu família e hoje vive de ser caminhoneiro e registrar sua vida, não pensa em voltar para o Brasil.

Porém, após 18 anos crescendo em um país com certos costumes, e se mudar de uma hora para a outra para um lugar completamente diferente, culturalmente e economicamente, é algo que exige uma certa adaptação.

Ao ser perguntado sobre a saudade do Brasil, Cristian respondeu da seguinte forma:

“Sinto saudade sim! Aí no Brasil, de toda a comida. Da diversidade de frutas, legumes, verduras, da fartura que se tem por aí. Aqui é bem limitado, muita coisa não tem e o preço é um pouco caro”, disse o caminhoneiro.

Vale ressaltar que o Brasil é um país muito rico em muitos aspectos. Desde sempre, a cultura é bem diversificada, e a alimentação do brasileiro também é.

Nossa dieta é diferente de muitas regiões, pois essa formação cultural possui características únicas, aliada às condições ambientais do país que permitiram a formação de muitos pratos típicos, e que só podem ser feitos comumente no seu lugar de origem.

Seguindo com os detalhes sobre a vida no Japão, quando perguntado sobre as interações com as outras pessoas:

“Sou paranaense e onde eu morava era bem tranquilo, caminhava pela rua, conversava com algumas pessoas na rua. No Brasil é mais fácil, você consegue bater um papo com seu vizinho, dependendo pode fazer um churrasco no fim de semana, um almoço de domingo, tinha aquela aglomeração legal (antes da pandemia). Já na cidade grande também deve ser difícil, cada um na sua também. Aqui é bem cada um na sua, todos trabalham duro e às vezes um pouco de tempo que tem é para fazer as compras e descansar, pois o ritmo de trabalho aqui é puxado. Mas trabalhar com caminhão aí no Brasil está fora de questão”, completou Cristian.

Um outro detalhe que muitas pessoas não sabem é que embora na cidade exista uma tendência a não haver tanta empatia, no trânsito, entre vizinhos ou até nas filas de estabelecimentos, na verdade o Brasil é um local bem “quente”.

Em muitos lugares ao redor do mundo é incomum você parar em uma fila do banco e começar a conversar sobre a vida com a pessoa na frente, pedir informações sobre um lugar e a pessoa ser receptiva e disposta a ajudar ou mesmo se aproximar com abraços e beijos no rosto para saudar as pessoas que acabou de conhecer (Tudo isso antes da pandemia. Inclusive, essas são atitudes que certamente serão avaliadas após esse período).

No geral o brasileiro é receptivo, festivo e aberto às pessoas, e principalmente para quem não morava nas regiões movimentadas das grandes cidades, essa diferença de comportamento também foi bem desafiadora.

Sobre as cargas que transporta por lá, a semana de Cristian é bem diversificada, e por isso elas costumam variar bastante.

O caminhoneiro faz o transporte de produtos alimentícios não perecíveis e produtos de higiene para farmácia e mercado. “Aqui no Japão a farmácia parece um mercado”, contou Cristian.

Além deles, o brasileiro também realiza o transporte de matérias-primas para indústrias (tanto em big bags quanto sacarias), máquinas novas, transporte de máquinas antigas para novos endereços, produtos para o dia a dia, itens de lojas de autopeças, etc.

São muitos produtos diferentes! Em meio a uma variação tão grande de cargas, Cristian respondeu uma pergunta feita e que, inclusive, essa história é contada em um dos seus vídeos.

A carga mais inusitada que já transportou foi um dia em que precisou levar esterco. “Me pareceu bastante estranha, a distância era um pouco longa para levar essa mercadoria, além do mau cheiro que ficou depois por alguns dias”, contou o caminhoneiro.

Todos esses são relatos do dia a dia de um caminhoneiro no Japão. Para acompanhar mais, conhecer novas histórias e acompanhar de perto o trabalho do Cristian, clique aqui e se inscreva no seu canal do Youtube.

Por fim, é com esses detalhes que finalizamos a história do Cristian, mas não paramos por aqui!

Além de conhecer um pouco sobre sua vida, o caminhoneiro nos ajudou a entender a diferença entre ser um caminhoneiro no Japão e no Brasil.

Nos próximos dias publicaremos o final dessa matéria, mostrando quanto ganha ou pode ganhar um caminhoneiro no Japão!

Fique por dentro das nossas publicações para conferir!

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