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Modelos históricos Scania

Por Revista Caminhoneiro em 20/12/2017 às 07:45
Modelos históricos Scania

Scania celebra 60 anos de presença no País, mostrando veículos que marcaram a história do transporte ao longo das décadas.

Conheça a história desses veículos:

L 71 Importado (1957)

O primeiro laranjão icônico é um L 71 importado, de 1957. Ao se candidatar no programa do Grupo Econômico da Indústria Automobilística, a Scania assinalou que os modelos a serem produzidos no Brasil seriam os L 7138 e L 7150, mas depois os projetos nacionais foram substituídos por modelos L 75.

O L 71 era impulsionado por um motor D642, de 9,35 litros e seis cilindros, com injeção direta e 150 cv. A capacidade máxima de tração chegava a respeitáveis 35 toneladas.

Palavra do proprietário

“Era o sonho de consumo de qualquer transportador daquela época, e considerado a “Ferrari” dos pesados”, Oswaldo Strada, da Strada Transportes.

A “Ferrari” dos pesados

O ronco incomparável do motor D-10, o Scania Vabis 1957, modelo importado da Suécia, era aguardado ansiosamente por seu novo dono, Oswaldo Strada, da Strada Transportes.

“Era o sonho de consumo de qualquer transportador daquela época, e considerado a ‘Ferrari’ dos pesados”, conta.

Strada diz que tirou a sorte grande quando localizou o caminhão há uma década, na cidade de Curvelo, em Minas Gerais, e o adquiriu para sua coleção particular.

Força e potência eram suas características mais marcantes. Tanto é que este caminhão, com cinquenta anos e capacidade para 20 toneladas, trabalhava rotineiramente em boas condições quando foi localizado pelo empresário.

“O Scania 1957 era um caminhão que não quebrava. Quando o vi, fiquei encantado”, confessa.

Strada lembra que nos anos 1950 não era comum trazer do exterior um veículo com essas características, principalmente, pelo alto custo da operação logística.

“Demorava uns seis meses para chegar ao país, vindo diretamente da Suécia”, recorda.

Naquela época, acredita, não existiam mais do que 50 caminhões semelhantes em todo o país.

Orgulhoso de sua aquisição, Strada destaca o detalhe das rodas, que têm aro 20.

L 75 (1959)

Esse modelo nacional assinala a produção do primeiro caminhão Scania “brasileiro”. Trata-se de um modelo L 75.

A Vemag o produziu pela primeira vez em sua nova linha de montagem, em 1958, especialmente feita para atender a Scania.

O motor veio da Suécia, mas foi possível utilizar 35% de peças nacionais no modelo. A data? 28 de abril de 1958.

Ele ficou conhecido como “o motor de 400.000 km”, que impressionava por sua robustez e resistência.

Ficha técnica: Motor tipo D-10, 4 tempos diesel com injeção direta Potência a 2.200 rpm: 165 hp Torque a 1.200 rpm: 63 kgfm Caixa de câmbio G500, de 5 marchas sincronizadas Caixa de câmbio auxiliar, também sincronizada, que aumenta a força de tração em 40% e torna as mudanças mais eficientes

Palavra do proprietário

“Quando a carga chegou e olhei bem para o caminhão, quase desmaiei.

Vi que era o mesmo que eu namorei durante a viagem para Porto Velho, 30 anos atrás”, Laurindo Cordiolli, da Cordiolli Transportes.

Amor antigo (L-75 1959) Lá pelos idos de 1959, o empresário Laurindo Cordiolli, da Cordiolli Transportes, acompanhava uma caravana de caminhões levando equipamentos telefônicos para Porto Velho, em Rondônia.

Teve de ir de carona porque sua carteira de motorista tinha apenas dois anos e, naquela época, era preciso ter mais de três anos de habilitação para poder dirigir nas estradas.

Mas achou foi bom, porque do banco do passageiro podia admirar os detalhes do caminhão mais vistoso da comitiva – o Scania azul L 75 (1959). “De cara, eu já me interessei por ele”, lembra.

Amante de veículos desde criança, Cordiolli foi investigar a origem do caminhão e descobriu que pertencia a uma madeireira da cidade de Oswaldo Cruz, no interior do estado de São Paulo.

Aquela bela imagem do L75 ficaria por décadas em sua mente, até que um dia, em 1990, um amigo lhe telefonou do Pará. E comunicou que, por lá, um vizinho estaria vendendo uma versão do L 75, de 1959.

O coração de Cordiolli disparou. “Manda trazer esse caminhão pra Maringá agora”, solicitou ao amigo, que prontamente atendeu a seu pedido. O caminhão veio rebocado e a viagem levou 17 dias. “Quando a carga chegou e olhei bem para o caminhão quase desmaiei. Vi que era o mesmo que eu namorei durante a viagem para Porto Velho, 30 anos atrás”, detalha.

Cordiolli soube que, antes de ir para o Pará, o caminhão fora vendido para um fazendeiro do Paraná, que fez uma retífica no motor. “De resto, ainda em 1990, só dei uma pintada nele”, diz, explicando que o caminhão funciona normalmente até hoje.

Com 58 anos, o L 75 1959 é o queridinho da coleção de 50 veículos antigos que Cordiolli guarda num galpão exclusivo, na empresa. L 75 (1960) Um caminhão forte, robusto, com elevada capacidade de carga aliada à economia de combustível.

Foi assim que ficou conhecido o modelo L 75, fabricado pela então Scania-Vabis.

Ele começou a povoar as rodovias brasileiras a partir 1959 e, desde então, ficou conhecido como o “rei da estrada”. Esse modelo de 1960 representa um marco.

A partir de junho daquele ano, com uma fábrica de motores já instalada no bairro Ipiranga, a Scania-Vabis assume a produção completa dos veículos. Palavra do proprietário

“O L 75 tem um valor sentimental muito forte”, Atílio Contatto, Transportadora Contatto.

Desbravando o Brasil No início dos anos 1960, com seu caminhão toco, a empresa Irmãos Contatto se dedicava rotineiramente ao transporte de pequenas cargas pelo interior do estado de São Paulo.

O desejo de expandir os horizontes de Atílio Contatto ganhou impulso com a inauguração da cidade de Brasília (DF), que gerava fortes demandas de mão-de-obra e de transporte. Para se aventurar Brasil afora, Contatto quis um caminhão à altura de sua ousadia: o recém-lançado Scania L 75, considerado um troféu para os transportadores de carga da época.

Com o cavalo mecânico em mãos e um implemento para carga seca, Atílio Contatto puxava produtos siderúrgicos e ferro rumo à região Centro Oeste e retornava com grãos.

A partir de 1964, a empresa mudou sua configuração social, passou a chamar-se Transportadora Contatto e enveredou no transporte de produtos perigosos.

Firme e forte, o L 75 ganhou um implemento tanque e transportou componentes químicos até os anos 1980, quando “se aposentou”, segundo conta Atílio Contatto Júnior.

“Na verdade, mantivemos o caminhão fazendo manobras no pátio até 1985, sempre bem preservado”, diz.

Vendê-lo nunca passou pela cabeça dos donos. “Tem um valor sentimental muito forte”, afirma Contatto Júnior.

Hoje, o veículo é mantido dentro de uma redoma de vidro e só é retirado em ocasiões especiais. L 76 (1964) Lançado no segundo semestre de 1963, o modelo é o sucessor do L 75.

Com melhorias técnicas, o caminhão é ainda mais potente: o motor D-11 proporciona 195 cavalos a 2.200 rpm. Mas isso não bastava.

Era preciso também introduzir alterações para atender às peculiaridades no mercado brasileiro.

Por isso, em 1964, a Scania introduziu diversas modificações no modelo L, de maneira a buscar um caminhão ainda mais resistente: os modelos LS e LT, com dois eixos traseiros.

Ficha Técnica: Motor Diesel (D-11) de injeção direta, com potência de 195 cv a 2.200 rpm Torque de 76 kgfm a 1.200 rpm Cilindragem: 11 litros Diâmetro do cilindro: 127 mm Curso do pistão: 145 mm Palavra do proprietário

“Não fomos ao leilão atrás desse caminhão, mas ao vê-lo não resistimos”, Maicon Galiotto.

Resgate irresistível Quando novo, o Scania L 76 1964 rodava pelas estradas brasileiras transportando carga frigorífica e carga seca para a Rodoviário Michelon, da cidade de São Marcos (RS).

Já na década de 1990, os donos da empresa, que chegou a ter mais de quatro mil veículos em sua frota, decidiram manter o cavalo mecânico no pátio da transportadora, apenas para manobras com implementos.

Com a falência da transportadora, no início dos anos 2000, o L 76 ficou bloqueado juridicamente por mais de três anos e, estacionado, solitário e esquecido, no imenso pátio do que fora, outrora, a Michelon.

Em 2008, alguns ativos da Michelon, entre eles o L 76, foram a leilão. A família Galiotto, dona da Vinícola Galiotto, estava interessada em resgatar alguns desses bens.

Ao chegar ao local, Adelar Galiotto se encantou com o apelo visual do Scania 1964, que segundo conta seu sobrinho Maicon Galiotto, estava muito surrado. “Não fomos ao leilão atrás desse caminhão, mas ao vê-lo não resistimos”, recorda Maicon, hoje o mais apegado ao caminhão.

Acolhido como um novo membro da família, ficou um ano e meio em reparos. Maicon explica que todos seus componentes novos são originais, só faltou o tanque sela, que vinha acoplado no chassi. “Tivemos que optar pela versão de dois tanques, mais moderna”.

Assim que foi restaurado, ganhou o prêmio de Melhor Veículo de Trabalho em Estado de Conservação na tradicional exposição de Flores da Cunha (RS).

Agora, aos 53 anos, o L 76 só passeia em feiras de veículos antigos.

LK 140 (1977) Em 1974, a Scania trouxe seu primeiro V8 para o Brasil, o famoso LK 140.

Provavelmente este caminhão, juntamente com o seu sucessor LK 141 – este, trazido em 1978 – foram os precursores da paixão V8 por alguns caminhoneiros do Brasil.

O motor diesel DS 14 de 350cv do 140, caminhão que ficou popularmente conhecido como “cara chata”, foi apresentado, na época, como o mais potente do gênero na América Latina.

O modelo passou a ser produzido em escala na fábrica brasileira em setembro de 1975. Palavra do proprietário

“O primeiro dono do caminhão envelheceu e acabou ficando cego, mas todos os dias o colocava para funcionar.

Até um momento em que não conseguia mais fazer isso e os filhos acharam melhor vendê-lo. Comprei na hora”, Antônio Sérgio Hurtado, o Neo, colecionador.

Só alegria

A história de sucesso deste modelo Scania LK 140 1977, de fabricação nacional, começaria em 1980.

Antônio Sérgio Hurtado, mais conhecido como “Neo”, precisava de um caminhão forte e resistente o bastante para suportar a rotina de trazer matéria prima desde Minas Gerais para sua indústria de embalagens em Caieiras (SP). Da mesma forma que levar o produto acabado para os clientes.

Pesquisou, avaliou e optou pela compra de um caminhão Scania LK 78. Hurtado não explica, mas admite uma paixão inquestionável pelo veículo, parceiro de viagens por anos, que acabou sendo substituído por novas versões da própria marca, mas nunca fora esquecido.

Conta que foi só alegria quando, em 1980, se deparou com esta versão Scania LK 140 1977. “Eu o achei em Curitiba (PR) e tinha uma bela história.

O primeiro dono do caminhão envelheceu e acabou ficando cego, mas todos os dias o colocava para funcionar.

Até um momento em que não conseguia mais fazer isso e os filhos acharam melhor vendê-lo. Comprei na hora”, relata o colecionador. “Levei pra casa e fiz retífica, lataria, pintura, acabamento, cromei as rodas e truquei”, relata, orgulhoso.

Com seu LK 140 faz a festa em feiras de veículos antigos. “Todos querem ver de perto, entrar.

Alguns dizem que já tiveram um, outros que sonhavam em tê-lo”, conta. “Pra mim, pode existir outro caminhão igual, mas melhor que ele não tem”, conclui.

L 111 (1980)

Em 12 de setembro de 1975, sai da nova fábrica de chassis, o primeiro caminhão ali produzido, um L 111, com cabine leito e direção hidráulica.

O modelo foi aperfeiçoado para melhorar ainda mais o consumo de combustível e a vida útil do motor.

Tudo isso aliado a mais potência, de 203cv, disponível em três versões: LS, com dois eixos traseiros, sendo um motriz e outro de apoio, LT, com dois eixos traseiros motrizes, e L, na versão 4x2.Foi o último e mais bem-sucedido capítulo de uma era que durou mais de 20 anos: os chamados “jacarés”. Em 2001, foi homenageado na Série Especial Horizontes, com a icônica cor laranja. Ficha técnica: Motor: D 11 03 Potência: 203 cavalos Torque: 760 Nm Velocidade máxima: 94 km/h Palavra do proprietário

“Foi meu primeiro Scania e sempre trabalhou muito bem, nunca me deu trabalho. Decidi mantê-lo perto de mim, para dar sorte”, Ivan Camargo, dono da I.C.Transportes.

O primeiro Scania a gente nunca esquece

A compra do caminhão L 111, em 1980, teve um significado especial para Ivan Camargo, dono da I.C.Transportes, empresa que na época tinha apenas quatro anos de atividade.

Além de incorporar um “jacaré” à frota, Camargo mantinha uma grande expectativa quanto ao desempenho do veículo, muito bem avaliado por colegas de profissão. “Comprei na concessionária Quinta Roda, financiado”, lembra. Desde então, o veículo se revelou uma grata surpresa. “Sempre trabalhou muito bem, a manutenção se restringiu apenas à convencional”, acrescenta. Assim foi por mais de 20 anos, transportando carga seca e granéis.

Em 1996, Camargo deslocou o caminhão para uma rota menos severa, de três quilômetros, entre um poço artesiano e a transportadora. Durante quinze anos o L 111 abasteceu a I.C.Transportes com água.

A partir de 2011, o “jacaré” descansou. Desde então, o L 111 se mantém estacionado no pátio da empresa, que fica em Sumaré (SP).

Sai de vez em quando, em viagens esporádicas. Camargo reconhece que sempre teve um apego especial por ele, e este foi o motivo para preservá-lo por tanto tempo.

“Foi meu primeiro Scania e sempre trabalhou muito bem, nunca me deu trabalho. Decidi mantê-lo perto de mim, para dar sorte”, revela.

No ano passado, o caminhão foi totalmente reformado. “Desmontaram ele todo. Refizeram o motor, a lataria, o para-brisa. Tá novinho, agora”, diz.

T 112 HW (1989)

Em 1983, a Scania traz para o Brasil o intercooler, equipamento para motores turbo-alimentados que operam com resfriamento de ar de admissão.

Os caminhões da linha T 112 ganharam mais potência e torque, o que resultou em mais economia de combustível durante a operação.

São lançados os modelos HW e EW de 410 cv, os mais potentes do mercado brasileiro na época. Palavra do proprietário

“Até em dias de folga meu pai costumava dormir na boleia do caminhão”, Cristian Lando, Andreló Transportes.

Amigos para sempre

Em 1996, o transportador autônomo Carlos Alberto Lando rodava com seu Scania 111 quando avistou esta versão Scania T 112 HW 1989.

Vistoso, o caminhão estava à venda, seu primeiro dono o havia conservado muito bem. Decidiu comprá-lo para subir um degrau no trabalho e não imaginava que, a partir de então, sua vida mudaria totalmente.

Com ele, durante anos, puxou incansavelmente uma carreta baú, entre Caxias do Sul (RS) e São Paulo.

Conseguiu expandir seus negócios com carga fracionada até abrir a Andreló Transportes, na cidade de Ipê (RS), em 2003.

Seu filho, Cristian Lando, conta que até em dias de folga o pai costumava dormir na boleia do caminhão. Em 2006, por necessidade, decidiu trocá-lo por uma versão mais moderna.

Carlos Lando vendeu o T 112 HW para seu tio. Mas, poucos meses depois se arrependeu. Voltou à casa do tio e recomprou o caminhão.

Rodou com ele mais três anos e, novamente, decidiu que chegara a hora da substituição, trocando-o desta vez por uma versão Scania 124.

Com o coração apertado, a decisão durou dois dias, apenas. Voltou à concessionária e recomprou o 112 HW.

A Andreló expandiu seus negócios e hoje tem sete carretas, todas Scania.

Em operação até hoje, o 112 HW mantém uma rotina mais tranquila, puxando um implemento tanque com produtos químicos apenas na região.

Há dois anos, passou por uma reforma completa, que o deixou com perfil de zero quilômetro.

T 113 H (1995)

Em 1991, uma nova geração de caminhões pesados é lançada no mercado. Novos motores, uma nova caixa de mudanças e mais um amplo conjunto de inovações tecnológicas.

São os caminhões da Linha 113/143 (Série 3), que ofereciam potências de até 450 cavalos, as maiores do mercado.

É o caso desse ilustre veículo, o T 113 H 4x2, azul, de 1995, que no ano seguinte seria eleito pela terceira vez consecutiva o “Caminhão do Ano”.

Os modelos apresentam maior torque e maior potência, ao mesmo tempo em que os índices de emissão e o consumo de combustível foram diminuídos.

Fator que os destacou entre os caminhões nacionais da época. Palavra do proprietário

“A gente pega amor. Caminhão é igual filho, a gente valoriza porque sabe o que tem na mão”, Luis Loucatelli, Cortesia Concreto.

O filho querido

Luis Loucatelli trabalhou durante anos por conta própria, transportando pedra e areia para abastecer indústrias de concreto. Em 1981, decidiu que era hora de abrir sua própria fábrica, a Cortesia Concreto, em São Paulo (SP). Também optou por gerenciar sua própria frota de caminhões, que na época eram todos médios.

Olhava os cavalos mecânicos da Scania rodando nas estradas e pensava que a hora de comprar um estava chegando.

Finalmente, em 1982, foi bater na porta da concessionária Codema e de lá saiu radiante com seu primeiro cavalo mecânico da marca, um T 112 H 4X2.

“Era o melhor que tinha no mercado. Um caminhão com bomba injetora e chassi reforçado”, relata.

O empresário se encantou com o desempenho do veículo e, de lá para cá, nunca mais se afastou da marca.

Em 1995, Loucatelli voltou à Codema e comprou este caminhão Scania T 113 H 4X2, zero quilômetro, um dos mais recomendados para ajudar na rota de abastecimento de matéria prima da fábrica, na Vila Prudente (SP). “Era um caminhão forte, de fácil manutenção, e estava sendo muito elogiado pelos colegas”, recorda.

Com ele, os motoristas da Cortesia rodavam até 300 quilômetros por dia, indo buscar areia em Caçapava, Taubaté ou Jacareí, ou pedra em Arujá e Santa Isabel, no interior do estado de SP.

Loucatelli dirigiu seu T 113 H algumas vezes e ficou maravilhado com a experiência. “Recentemente fiz uma reforma nele, que depois de 20 anos, continua na ativa. Só está parado atualmente pela situação geral do mercado”, explica. Vender? “Nem pensar!”, diz. “A gente pega amor. Caminhão é igual filho, a gente valoriza porque sabe o que tem na mão”, compara.

O modelo exposto é o mesmo utilizado pela Scania no vídeo de lançamento da Edição Especial de 60 anos, neste ano. Ele está homenageado pelos pesados atuais, R 440 e R 480, na mesma lendária cor azul com suas icônicas faixas laterais nas cores rosa, lilás e roxa. As vendas continuam em todo o Brasil.

T 124 (1998)

O modelo rememora o lançamento da Série 4, que chegou ao Brasil trazendo tecnologias pioneiras como o Retarder, sistema de freio auxiliar, e a suspensão a ar para caminhões. Foi o maior lançamento da história da Scania no Brasil, com mais de 8 mil convidados na fábrica e 27 mil nas redes de concessionárias.

O ano de 1998 foi marcado pelo início do Sistema Modular Scania, conceito que reúne um número limitado de componentes e permite a produção de uma infinidade de combinações.

Palavra da Scania (dona do veículo)

“Eu recebi as primeiras peças, acompanhei a montagem e fiz todas as revisões até hoje”, Albano Fernandes Figueiredo, gerente de Produção da Scania.

O filho protegido Criado, concebido e mantido sob as asas da fábrica, em São Bernardo do Campo (SP), o cavalo mecânico T 124 de 400 cavalos, ano 1998, é o xodó da montadora.

Quem conta sua história é Albano Figueiredo, gerente de Produção da Scania, considerado o pai do caminhão.

“Montamos este veículo para fazer testes de adaptação ao mercado”, lembra. “Como fazíamos várias experiências com o caminhão, acabou ficando exclusivo para a fábrica”, relata, lembrando que ainda hoje é usado no transporte interno de peças.

Prestes a completar 20 anos, o veículo só tem 40 mil quilômetros e preserva a aparência de novo. Responsável pela linha de montagem na época em que foi construído, Albano reconhece que tem uma ligação estreita e sentimental com o T 124.

“Eu recebi as primeiras peças, acompanhei a montagem e fiz todas as revisões até hoje”, justifica, apontando o câmbio manual como uma de suas principais qualidades.

“Com a caixa manual se ganha muito na troca de marchas. Não apenas seu estado de conservação, impecável, como a configuração bicuda, despertam a simpatia dos funcionários da fábrica”, diz.

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