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Maravilhas da conectividade

Por Revista Caminhoneiro em 28/06/2016 às 22:30
Maravilhas da conectividade

Ela chega para melhorar o desempenho de todos envolvidos em uma operação logística de alta performance e, sobretudo, facilitar a vida dos caminhoneiros com informações imediatas e precisas. [gallery link="file" size="full" ids="3906,3907,3908,3909,3910,3911,3912,3913,3914,3916,3915"]  Düsseldorf, na Alemanha, localizada à beira do rio Reno, é uma cidade que possui ares cosmopolita, com empreendimentos futuristas e vida cultural agitada. Há um sentimento histórico muito forte, presente em algumas construções antigas que conversam com os avanços vistos pelas ruas, fazendo com que presente, passado e futuro dialoguem perfeitamente. Foi nesse cenário, na rodovia A52, que três caminhões Actros, de condução autônoma, conectados por WiFi e com autorização para estradas públicas, circularam em comboio. Até aí, uma situação comum, se não fosse um detalhe: os motoristas podiam tirar as mãos do volante, cruzar os braços, coçar o queixo e os caminhões continuavam perfeitamente o seu itinerário. Tudo isso é possível graças ao Highway Pilot Connect por meio da conectividade.  Por intermédio do Highway Pilot Connect, os caminhões reconhecem os demais veículos em trânsito na estrada e podem aumentar de forma autônoma (sem o comando dos motoristas) a distância entre um e outro. Isso ocorre, por exemplo, quando outro veículo, caminhão ou carro de passeio, entra no comboio, ou na aproximação de um trevo na rodovia ou outras situações. Mas o motorista tem papel fundamental no gerenciamento de todas essas inovações. Quando ocorre de o caminhão não conseguir fazer as manobras, ou simplesmente mudar de faixa, por exemplo, o caminhoneiro entra em ação. Se o motorista desejar sair do comboio basta apenas desacoplar o sistema através de um botão no painel. Para mostrar todos esses avanços tecnológicos, a Daimler Trucks promoveu um evento sobre conectividade com o tema “Moldando os transportes do Futuro” realizado na linda cidade de Düsseldorf, na Alemanha. Estiveram presentes 400 jornalistas de 36 países. Entender Desde 2013, a conectividade é um ponto já estabelecido da estratégia corporativa da Daimler Trucks. Nesse sentido, nos próximos cinco anos, ela investirá cerca de meio bilhão de Euros na conexão de seus caminhões e na criação de novos serviços e soluções digitais. “Para entendermos esse novo momento é preciso recordar do passado”, diz Jeremy Rifkin, escritor, sociólogo e futurólogo. “Estamos passando para a era pós-carbono, que significará o fim da dependência dos combustíveis fósseis”. Para ocupar essa posição, os países necessitam de planejamento estratégico para explorar mais fortemente as potencialidades em energias renováveis de que dispõe. Entre os atributos para essa mudança apontados por Rifkin como chave estão o sol, o vento e a capacidade hídrica. Na avaliação do especialista, quando o barril de petróleo atingiu o pico de US$ 174 em meados de 2008, ficou claro que o sistema econômico global baseado em combustíveis fósseis estava chegando ao fim. Rifkin salientou que a cotação elevada do petróleo impacta negativamente esse cenário, elevando os preços em toda a cadeia de abastecimento, aprofundando a miséria e causando fortes desequilíbrios no mercado financeiro. Outro aspecto negativo levantado por ele é a característica altamente poluente desse combustível, o que acentua o problema das mudanças climáticas no planeta. “Precisamos de uma nova visão econômica que seja prática, segura e justa tanto para os países em desenvolvimento quanto para os desenvolvidos”, comentou. Descarbonização Rifkin, que atua como consultor da União Europeia, elencou alguns pilares para nortear o processo de mudança amparada nas energias renováveis, o que ele define como terceira revolução industrial ou capitalismo distributivo. Os europeus, segundo o sociólogo, como já deram início a essas transformações, podem ser um modelo para outras nações no caminho da sustentabilidade. O trabalho começa pelo estabelecimento de metas para a redução das emissões de carbono (CO2) – uma diminuição na casa dos 20% até 2020, no caso da Europa. O segundo passo é desenvolver novas maneiras de coletar energia – como solar, eólica e das marés – e implementar construções inteligentes, capazes de se autoabastecer a partir dessas fontes. Outra tarefa é desenvolver formas de armazenagem da energia que possam suprir o abastecimento em períodos de indisponibilidade das fontes (em caso de problemas sazonais,  como secas e inverno). Por último, Rifkin enfatiza a importância da rede de distribuição interligada, a internet. Jeremy Rifkin explica que hoje, a Daimler está fornecendo as bases da terceira revolução industrial. Na Era da Internet of Things (Internet das Coisas), todas as ferramentas e maquinários serão equipados com sensores que constantemente fornecerão um fluxo de informações em tempo real. Isso mudará fundamentalmente a maneira como fazemos negócios. A “Internet das Coisas” está oferecendo oportunidades completamente novas”, fala Jeremy Rifkin. Inovar é a palavra chave e isso a Daimler vem fazendo muito bem como foi mostrado no evento da Conectividade. “Os caminhões inteligentes da Daimler têm potencial para mudar radicalmente o transporte rodoviário de carga nos próximos anos”, diz o Dr. Wolfgang Bernhard, membro do Conselho Diretor da Daimler AG e responsável pela Daimler Trucks & Buses. “Eles já geram valiosas informações em uma medida anteriormente inimaginável: são cerca de 400 sensores por veículo, totalmente conectados por um software que inclui 130 milhões de linhas de código, mais do que um avião a jato”. Devido valor Considerando a tecnologia como peça fundamental para o rumo do segmento de transporte, o presidente mundial da Mercedes-Benz Trucks, Stefan Buchner, anunciou que em 1º de abril deste ano a Mercedes-Benz estabeleceu a nova unidade Digital Solutions & Services, chefiada pela doutora Daniela Gerd Tom Markotten, que tem muitos anos de experiência no campo da TI de suporte à telemática de veículos. Esta unidade, que também tem a FleetBoard GmbH como núcleo, dirigirá todas as atividades relativas aos aplicativos digitais para os veículos comerciais Mercedes-Benz, em estreita colaboração com outras divisões da empresa. A nova divisão tem por missão garantir que o Grupo Daimler se mantenha à frente no desenvolvimento de soluções digitais relacionadas a caminhões conectados. De acordo com Buchner, os engenheiros estarão conectados com clientes e departamentos de vendas. “Tudo isso é fundamental para nosso futuro. Não é somente uma nova era, mas sim uma mudança que vai ditar novas regras”, fala Buchner recordando que quando o primeiro iPhone foi introduzido, em novembro de 2007, os clientes da marca já utilizavam o FleetBoard havia sete anos. “Por mais de 15 anos eles já conseguiam controlar suas frotas e administrar com eficiência seus motoristas, tanto dos caminhões Mercedes-Benz, quanto de outros fabricantes”. A intenção é que os comboios sejam formados por caminhões de diferentes marcas e fabricantes. O Grupo acrescentará continuamente novas opções aos seus serviços de telemática e tornará suas plataformas acessíveis a terceiros. Já estabeleceu também a estrutura para as transformações digitais dos negócios de caminhões, bem como, processos correspondentes em todas as suas unidades de negócios. Agradável O local de trabalho do motorista vai mudar. Na condução autônoma, incluindo o recurso adicional de formação de comboio com distâncias otimizadas entre os veículos participantes, já é possível ter, hoje, um local de trabalho altamente funcional a bordo do Mercedes-Benz Actros. Essa versão demonstra a normalidade do Highway Pilot e do Highway Pilot Connect, já longe dos reinos da ficção científica. Com um painel de instrumentos projetado com flexibilidade que permite diferentes layouts de cabine e vários cenários de uso para os quais se aplicam hoje. O cockpit está evoluindo mais do que nunca e se tornando um espaço para viver, de pleno direito. O computador tipo tablet está se tornando um "HMI - human/machine interface" interface homem/máquina. Nesse contexto o termo "máquina" não se aplica só ao próprio caminhão, pois o motorista também usa o tablet para fins de comunicação, com sua empresa de transporte ou seu posto de serviço preferido. O caminhão se torna um veículo inteligente que também atende às necessidades do motorista. O assistente de atenção "Attention Assist" já consegue informar os motoristas quando eles começam a demonstrar sinais de sonolência, o que é feito por meio do monitoramento dos movimentos do veículo. E o aplicativo FleetBoard Driver.app dá dicas sobre exercícios esportivos para ajudar a manter os motoristas em forma. Vantagens A conectividade desempenha um papel importante nessa situação. Sua interconexão permite que dois ou mais caminhões formem um comboio observando uma distância de segurança mínima de 15m, enquanto mantém a mesma velocidade. Esta distância consideravelmente menor produz significativa redução no atrito aerodinâmico – comparável ao "coeficiente de arrasto" em competições de ciclismo. Desse modo, um comboio de três caminhões pode atingir uma economia de combustível de cerca de 7%, reduzindo as emissões de CO2 na mesma medida. Isso torna possível o consumo de combustível em cerca de 25 l/100 km para uma combinação de semirreboque carregado com peso bruto total de 40 toneladas. Ou seja, um consumo de somente 0,66 l/100 km por tonelada, ou emissões de CO2 de 13,3 g/quilômetro por tonelada. Números bem abaixo do que são registrados por automóveis com motor de combustão interna. Além da economia, os comboios permitem um uso muito mais eficiente do espaço da estrada. Graças à menor distância entre os veículos, um grupo de três caminhões interligados tem um comprimento de somente 80 metros. Diferentemente disso, três caminhões que não estejam eletronicamente ligados requerem um total de 150 metros de espaço na estrada. Os comboios também tornam o trânsito na estrada muito mais seguro. Enquanto um motorista ao volante tem um tempo de reação de 1,4 segundo, o Highway Pilot Connect transmite sinais de frenagem aos veículos que vêm atrás em menos de 0,1 segundo. Esse tempo de reação consideravelmente menor pode dar uma contribuição importante para a redução de colisões traseiras, como as que ocorrem, por exemplo, quando se encontra um congestionamento na estrada. “O caminhão inteligente, auto-otimizado, tem a mais alta prioridade para nós. Usando as comunicações conectadas com outros veículos e os seus arredores, podemos melhorar o fluxo de trânsito e reduzir o consumo de combustível e as emissões. Ao mesmo tempo, os caminhões inteligentes ajudam a diminuir o número de acidentes de trânsito. Esse é um passo à frente muito importante rumo à condução livre de acidentes”, diz Sven Ennerst, chefe da área de Engenharia de Produtos & Compras Globais - Caminhões. A base do Highway Pilot Connect é a rede entre veículos e a consciência exata sobre o ambiente que os circunda. Este sistema é mais um desenvolvimento do já comprovado Highway Pilot da Daimler Trucks, que permite que os caminhões sejam conduzidos de maneira semi-autônoma, tendo sido testado desde outubro de 2015 em um Mercedes-Benz Actros padrão, operando em estradas públicas da Alemanha. O Highway Pilot foi apresentado primeiramente em julho de 2014, no veículo de estudo Mercedes-Benz Future Truck 2025. A primeira autorização para circular em rodovias públicas para um caminhão de condução autônoma surgiu em maio de 2015, obtida para o Freightliner Inspiration Truck. Comparado com o Highway Pilot, a versão Connect possui a função técnica adicional de comboio eletrônico. As comunicações entre os veículos são possibilitadas por uma plataforma de telemática de bordo. Um módulo V2V específico, usando um padrão especial de  WiFi reservado exclusivamente para o setor automotivo, permite a transferência direta de dados entre os caminhões. O Highway Pilot Connect utiliza este recurso para o intercâmbio constante de informações com outros veículos e com o ambiente.

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