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Conheça as principais tecnologias de rastreamento e prevenção do roubo de cargas

Por Graziela Potenza em 05/02/2024 às 15:25
Conheça as principais tecnologias de rastreamento e prevenção do roubo de cargas

Conheça as tecnologias que estão revigorando a segurança no setor de transporte de cargas, indo além do rastreamento GPS.  

O setor de transporte rodoviário de cargas tem evoluído significativamente no que tange à segurança. Novas tecnologias têm desempenhado um papel crucial na prevenção do roubo de cargas, ampliando as estratégias de segurança para além do rastreamento GPS convencional. Exploraremos agora as principais tecnologias de segurança atualmente disponíveis no mercado brasileiro e como estão contribuindo para este cenário.

Uma empresa tradicional nesse segmento é a Autotrac. Segundo Márcio Toscano, diretor de Marketing e Comercial da Autotrac, “o que aprendemos desde 1994, ano em a Autotrac instalou seu primeiro equipamento em operação comercial no Brasil, é que o combate ao roubo de cargas demanda o desenvolvimento contínuo das tecnologias e também o emprego de procedimentos operacionais que precisam ser seguidos à risca, e isso requer muita persistência e muito treinamento. Temos encontros frequentes com embarcadores, transportadores, seguradoras e gerenciadoras de risco para avaliar os sinistros e aprimorar as soluções existentes. Lembro-me que naquela época (1994), o simples fato de haver uma antena branca aparente no teto da cabine do caminhão já inibia o roubo. Hoje, são necessários equipamentos redundantes e com vários meios de transmissão (satélite, celular, wi-fi, RF), acessórios de segurança complexos como travas de 5ª roda, bloqueio eletrônico no barramento CAN, travas de freios, travas de baú, iscas nas cargas, câmeras de monitoramento e até caminhão blindado. Além disso, os softwares de operação do sistema evoluíram muito e hoje são plataformas muito modernas e integradas, operadas pelas empresas em torres de controles cada vez mais sofisticadas”.

O diretor de Marketing e Comercial da Autotrac salienta que a nova tendência é o emprego em larga escala de sistemas de câmeras integradas com algoritmos de inteligência artificial para detectar violações nos padrões de segurança. As câmeras de fadiga fornecidas pela Autotrac, por exemplo, percebem situações de risco como cansaço, distração, uso do celular durante a condução do veículo, falta do uso do cinto de segurança, dentre outros comportamentos que colocam o motorista, o veículo, a carga em risco. Nesse caso o principal ponto é a prevenção de acidentes. Há ainda as câmeras de monitoramento da cabine e das laterais do veículo, para identificar a entrada de pessoas não autorizadas no veículo ou a aproximação de suspeitos no momento de uma parada para entrega, por exemplo.

“O uso das chamadas iscas com suporte a rede LoRa, celular, RF e outras é um exemplo disso. São produtos utilizados de forma velada nas cargas com o objetivo de auxiliar as empresas de segurança e as autoridades policiais na fase de investigação de um roubo. A ideia é identificar todo o percurso da carga desviada até chegar ao seu receptador. Além de contribuir com a recuperação da carga e identificação das quadrilhas, é possível entender como o ciclo do roubo está ocorrendo para se estabelecer contramedidas”, explica Márcio Toscano.

A Omnilink Tecnologia também se destaca nesse segmento. Segundo Everton Silva Rosa, diretor de Produtos e Inovação da Omnilink, “as tecnologias de monitoramento e rastreamento de veículos e cargas mais avançadas possuem não apenas uma interface de localização, mas uma ampla e redundante cobertura de comunicação (via rede celular, via satélite, via LoRa, e via tecnologias auxiliares como rádio frequência, WiFi e Bluetooth), inteligência embarcada (tecnologia que permite ao dispositivo atuar de forma autônoma em situações de risco ou de acordo a programação configurada) e plataformas de gestão conectadas e integradas. As soluções Omniturbo e Omnidual da Omnilink são pioneiras no segmento por sua robustez e adaptabilidade a diferentes operações”.

Everton Silva Rosa continua explicação:

“os sistemas de bloqueio remoto são parte fundamental da gestão de risco no transporte rodoviário de cargas. Através de informações embarcadas, o Omnimob da Omnilink inicia o processo de bloqueio sempre que detectar alguma exceção à regra configurada, como uma partida suspeita, violações de sensores ou desvio da rota programada. Com seus 4 pontos de bloqueio ocultos, detecção precisa de jammer (bloqueadores de sinal de comunicação) e configuração embarcada (rotas, cercas e regras de segurança do PGR gravados na memória do rastreador) o Omnimob é a tecnologia certa para combater o roubo do veículo e desvios de carga.”

“Através do OmniSafe, solução Omnilink de vídeo monitoramento com uso de inteligência artificial embarcada, o reconhecimento facial permite a identificação do motorista com altíssima confiabilidade e traz maior segurança para o transportador, para a gerenciadora de risco e para o embarcador. Nossas tecnologias utilizam a rede de comunicação celular (utilizamos até duas operadoras em paralelo) e da comunicação via satélite da Iridium, desenvolvemos também uma rede de comunicação de longo alcance com a tecnologia LoRa. Na rede LoRa P2P temos a ampliação de coberturas geográfica pois cada dispositivo, além de um rastreador, é também uma antena móvel que se comunica com outros dispositivos nesta mesma rede. A Omnilink possui uma rede com mais de 250 mil antenas móveis LoRa em todo o Brasil. A combinação destas tecnologias de comunicação e localização tornam as soluções da Omnilink completas para proteger cargas valiosas”, comenta Everton Silva Rosa.

Para a prevenção do roubo de cargas a Omnilink tem o produto OmniCarga que contempla tecnologias de RF e LoRa além do tradicional sistema de transmissão via rede celular e localização GPS, Glonass e Beidou. Além disso, a Omnilink disponibiliza um portfólio de soluções que engloba gerenciamento de risco, monitoramento de veículos e carretas, gestão de frotas com uso da telemetria avançada, iscas eletrônicas de carga e soluções de vídeo monitoramento com inteligência artificial embarcada, aumentando a eficiência e reduzindo o custo operacional de cada cliente. “Através das diversas opções de conectividade, destacando a tecnologia LoRa onde operamos tanto com a rede LoRaWAN quanto com a rede própria LoRa P2P. A tecnologia LoRa possui grande resiliência ao efeito de Jammer, o que a torna essencial para aumentar a segurança em operações de cargas”, complementa Everton Silva Rosa.

Outra empresa que se sobressai nesse segmento é a Ituran. Fábio Acorci, diretor Comercial Corporate da Ituran, explica que dentre outras soluções destinadas a roubo e furto, a Ituran atua com as tecnologias Radiofrequência e GPRS. Tratam-se de duas tecnologias operando e proporcionando às transportadoras informações com precisão e segurança de seu patrimônio. Hoje, podemos afirmar que a Ituran possui uma alta performance em recuperação devido à combinação de tecnologia, hardware e algoritmos desenvolvidos com base em machine learning e inteligência artificial, onde, de maneira automática e sem intervenção humana, acionam o serviço de recuperação e pronta resposta, aplicando mais velocidade e consequentemente maior sucesso na operação.

Quanto ao bloqueio dos veículos, Fábio Acorci, diretor Comercial Corporate da Ituran, ressalta que ele é algo que deve ser feito com muita cautela, pois pode causar acidentes se for feito quando o veículo estiver em alta velocidade em uma estrada por exemplo. “Ele pode ser feito na bomba de combustível, no motor de partida ou progressivamente. Recomendamos que seja feito com cautela para não causar nenhum prejuízo ainda maior”, diz Fábio Acorci.

A Ituran trabalha com dois tipos de tecnologia: RádioFreqüência (RF): baseado na triangulação de antenas para localização. A Ituran tem antenas próprias, instaladas em diversos pontos da cidade, que possibilitam a rápida localização, até em espaços fechados. GPRS: a tecnologia baseia-se na localização por GPS (Global Positioning System), associada à comunicação via celular GSM-GPRS (General Packet Radio Service) com modems de alta performance. Esta plataforma possibilita a atuação em todo o Brasil com vários serviços que vão desde a recuperação de veículos roubados/furtados até avançadas plataformas dedicadas à gestão de frotas. Execução de projetos sob demanda e exclusivos para clientes detentores de frotas ou montadoras também é um DNA da Ituran.  

O executivo da Ituran explica outra inovação: “a câmera de fadiga pode identificar quando o motorista está bocejando, fumando, falando ao celular e emitir alertas. Isso ajuda a prevenir acidentes e preservar a vida do motorista. ADAS (Advanced Driver Assistance Systems)  é um dispositivo que durante o percurso escaneia a rota, calcula a distância e a velocidade dos veículos à frente com alertas de segurança para o condutor. A tecnologia permite definir, por exemplo, semana após semana, a utilização real do veículo, além de alertas de colisão em caso de acidente, de excesso de velocidade entre outras funções.” 

Desafios

No setor também há desafios. De acordo com Márcio Toscano, da Autotrac, “creio que a principal barreira seja a cultural. A parte da tecnologia é uma decisão de investimento e fica mais fácil de mostrar em números os ganhos que a empresa terá. Contudo, os procedimentos operacionais da empresa também precisam ser aprimorados para aproveitar todos os benefícios que a tecnologia proporciona, mas também para eliminar eventuais brechas para o risco, e essas mudanças envolvem desde o motorista até a liderança gerencial.”

Segundo Everton Silva Rosa os principais desafios estão em desenvolver tecnologias que sejam seguras, robustas e atendam as demandas do setor contra as diferentes formas de roubo e extravio praticadas por criminosos. “A Omnilink desenvolve soluções focadas neste objetivo e atende o setor há mais de 20 anos com produtos que realmente suprem as necessidades de transportadores, gerenciadoras de risco e embarcadores”.

Conforme Fábio Acorci, diretor Comercial Corporate da Ituran, os principais desafios são conscientização do motorista de que os dispositivos de telemetria e monitoramento são para a própria segurança, a correta utilização da tecnologia por quem a opera, e as regiões de sombra, onde os sinais GPRS são mais fracos. 

Análise

“Um bom exemplo de análise de dados é o caso da telemetria: esse sistema traz um volume enorme de dados para a empresa e eles precisam ser tratados eletronicamente para que seja possível traçar cenários e auxiliar a tomada de decisão. O grande objetivo da telemetria é reduzir custos com manutenção, consumo de combustível e pneu, além de contribuir fortemente para a redução dos acidentes, mas de forma manual é quase impossível conseguir processar tanta informação. Para permitir uma melhor análise por parte dos clientes desenvolvemos uma ferramenta de B.I. (business intelligence) que usa algoritmos e técnicas de ciência de dados para esse fim”, diz Márcio Toscano.

Conforme Everton Silva Rosa , através do Omnisafe, nossa solução de vídeo monitoramento com utilização de inteligência artificial embarcada que possibilita analisar o comportamento do motorista na direção através das tecnologias DSM (Driver Status Monitor), ADAS (Advanced driver-assistance system) e BSD (Blind Spot Detection). Através do sistema Gestor Omnilink, temos a integração do Omnisafe com o Omniturbo, onde é possível ter imagens no veículo em diferentes situações de risco informadas pelo rastreador principal.

Segundo Fábio Acorci , hoje, podemos afirmar que a Ituran possui uma alta performance em recuperação devido à combinação de tecnologia, hardware e algoritmos desenvolvidos com base em machine learning e inteligência artificial, onde, de maneira automática e sem intervenção humana, acionam o serviço de recuperação e pronta resposta, aplicando mais velocidade e consequentemente maior sucesso na operação.   

Benefícios 

Márcio Toscano salienta que na sua opinião, trata-se de uma questão de “vida ou morte” para as empresas de transporte. A recente pesquisa divulgada pela NTC & Logística aponta que em 2022 foram registradas mais de 13.000 ocorrências de roubo de carga com as perdas superando 1.2 bilhão de reais, isso significa mais de uma ocorrência por hora, durante todo ano! Some-se a isso a necessidade urgente de redução dos acidentes e dos custos operacionais para viabilizar o próprio negócio de transportes. Se o transportador, mesmo que seja um caminhoneiro autônomo, não se cercar de auxílio eletrônico, dificilmente conseguirá ter performance para prestar um bom serviço, sem contar que não conseguirá atender às exigências da legislação, dos embarcadores e das apólices de seguro, e certamente ficará de fora do mercado.

De acordo com Everton Silva Rosa contar com as tecnologias certas para a gestão de risco no transporte de cargas traz um ganho econômico e operacional imediato, reduzindo os custos e aumentando a segurança para o motorista e para o veículo. O uso de informações específicas amplia a possibilidade de prevenção, como exemplo: utilização de mapas de riscos dos locais de maior incidência de roubos.

Conforme Fábio Acorci, a Ituran já recuperou mais de 110 mil veículos (de todos os tipos) em seus 23 anos no Brasil. “Temos casos de caminhão no qual recebemos um sinal (em nossa Central de Recuperação) de que o caminhão estava fora de rota, em um local de risco. Nossa equipe entrou em contato com o responsável da frota que  não conseguiu contato com o motorista e confirmou que o caminhão estava fora da rota planejada. Nossa Equipe de Pronta Resposta foi acionada e foi até o local onde o rastreador indicava. Após identificação do caminhão no local, foi feito contato com a polícia  e o caminhão com a carga que estava espalhada no chão foi recuperado. Em outra situação, o próprio gestor da frota acionou a Ituran para informar sobre o roubo (após o motorista ter sido abordado por ladrões). Nossa equipe foi acionada e, com a localização dada pelo rastreador, o caminhão foi encontrado.  Em ambas as situações notamos que a presença de um gestor da frota é muito importante para monitorar a frota, criar cercas eletrônicas e informar a nossa central o mais rápido possível para que nossa equipe possa agir e recuperar o patrimônio.”

Em resumo, as tecnologias de rastreamento e prevenção do roubo de cargas estão evoluindo rapidamente, oferecendo soluções mais robustas e abrangentes. A combinação de tecnologias como GPS, RF, GSM, reconhecimento facial, LoRaWAN, RFID, sistemas de vigilância, IoT e análise de dados avançada proporciona maior segurança, permitindo o rastreamento eficiente dos veículos, a identificação rápida de problemas e a adoção de medidas imediatas para proteger as cargas. No entanto, é fundamental que essas tecnologias sejam acompanhadas por treinamento adequado e conscientização, garantindo uma abordagem integrada e eficaz para a prevenção do roubo de cargas.

Fotos: divulgação

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